No pacato interior do Tocantins, duas cidades pequenas começam a se perguntar se elegeram prefeitos ou agentes de turismo. Babaçulândia e Carmolândia vivem o mesmo dilema: gestores que mal aparecem. Ismael Brito e Douglas Oliveira, os chefes do Executivo municipal, parecem mais interessados em carimbar o passaporte do que em resolver os problemas locais.
Em Babaçulândia, encontrar Ismael Brito na cidade virou lenda urbana. Desde que assumiu a prefeitura, o prefeito vive com as malas prontas — rumo a Brasília, Palmas ou qualquer outro destino que ofereça ar-condicionado, tapete vermelho e coffee break. Presença no município? Só mesmo quando tem evento, palco montado e fotos para postar. Tem morador que já confundiu Ismael com deputado federal, dado o tempo que ele passa fora.
Carmolândia, por sua vez, segue o mesmo roteiro. O prefeito Douglas Oliveira, além de estar sempre ausente, desde assumiu o mandato já coleciona viagem internacional. Fontes afirmam que parte de suas viagens nada têm a ver com a gestão pública, e sim com os negócios da sua empresa privada. Isso mesmo: enquanto o povo enfrenta buracos nas ruas, falta de infraestrutura e atendimento precário, o prefeito pode estar resolvendo pendências… fora do Estado.
A ausência constante dos dois levanta uma dúvida legítima: estamos inaugurando uma nova era de gestão pública por home office? Ou quem sabe, em breve, por aplicativo? Afinal, governar à distância virou moda. Quem precisa estar no município quando se pode postar stories com hashtags como #AgendaOficial #MissãoEmBrasília?
A população, essa sim, permanece firme. Sem prefeito, mas firme. Porque enquanto os chefes do Executivo viajam, é o povo que continua presente, tentando fazer a cidade funcionar sem comandante.
Babaçulândia e Carmolândia não querem turistas no comando. Querem prefeitos. De carne, osso — e endereço fixo.
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